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Projeto antifacção é alvo de críticas por risco de injustiças

Ministério da Justiça, comandado por Ricardo Lewandowski, sugeriu uma série de mudanças ao re...

O Governo manifestou preocupação em relação a um projeto de lei que visa combater facções criminosas, apontando potenciais falhas que poderiam levar a injustiças e até mesmo impactar o trabalho das forças policiais. As críticas se concentram em aspectos como a possível inconstitucionalidade de alguns pontos do texto e o receio de que a lei possa, inadvertidamente, punir indivíduos inocentes.

A análise interna realizada pelo Ministério da Justiça levanta questionamentos sobre a redação de determinados artigos, argumentando que a amplitude excessiva de algumas definições poderia abrir margem para interpretações equivocadas. Isso, por sua vez, poderia resultar na criminalização de condutas que não necessariamente configuram participação em atividades ilícitas, afetando cidadãos comuns e comprometendo a presunção de inocência.

Outro ponto de atenção destacado pelo Governo reside no impacto que a lei poderia ter sobre as polícias. Existe o temor de que algumas disposições possam restringir a atuação dos agentes da lei no combate ao crime organizado, dificultando a coleta de provas e a realização de investigações. Além disso, há a preocupação de que a legislação possa expor os policiais a riscos legais desnecessários, em decorrência da complexidade e da subjetividade das definições presentes no texto.

Apesar de reconhecer a importância de fortalecer o arcabouço legal para o enfrentamento das facções criminosas, o Governo defende que é fundamental garantir que as leis sejam claras, precisas e compatíveis com os princípios constitucionais. A preocupação é que um projeto de lei mal elaborado, ainda que com boas intenções, possa gerar mais problemas do que soluções, comprometendo a segurança jurídica e a efetividade do sistema de justiça.

As críticas do Governo indicam a necessidade de um debate mais aprofundado sobre o tema, com o objetivo de aprimorar o projeto de lei e garantir que ele cumpra seu propósito de combater o crime organizado sem, contudo, violar direitos fundamentais ou prejudicar o trabalho das forças de segurança. O desafio é encontrar um equilíbrio entre a necessidade de endurecer o combate às facções e a garantia de que as leis sejam justas, proporcionais e eficazes.

Fonte: www.gazetadopovo.com.br

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