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Lula almeja classe média com pacote de crédito, moradia e isenção fiscal

Raul Holderf Nascimento

O governo federal intensificou suas ações direcionadas à classe média brasileira, um segmento considerado crucial devido ao seu peso eleitoral e histórico de resistência à atual administração. O conjunto de medidas anunciadas abrange desde a expansão de linhas de crédito facilitadas até a reformulação de programas habitacionais e iniciativas destinadas a aliviar o custo de vida, com ênfase no recente modelo de crédito imobiliário.

No âmbito habitacional, destaca-se a criação de uma nova linha de financiamento para imóveis de até R$ 2,25 milhões, com juros limitados a 12% ao ano. Essa modalidade visa atender famílias com renda mensal entre R$ 12 mil e R$ 20 mil. Paralelamente, o programa Reforma Casa Brasil planeja injetar R$ 40 bilhões em crédito para reformas residenciais, destinando R$ 10 bilhões desse montante para famílias com renda superior a R$ 9.600.

A definição de classe média adotada pelo governo considera a Renda Domiciliar Total, englobando salários, aposentadorias, rendimentos de aluguel e outras fontes de renda. A Tendências Consultoria divide essa faixa em classe C (renda entre R$ 3.400 e R$ 8.100) e classe B (entre R$ 8.100 e R$ 25.200), situando a classe A acima desse patamar e as classes D e E abaixo de R$ 3.400.

O presidente Lula, apesar de críticas anteriores, tem buscado regulamentar a conceituação de classe média. Durante o anúncio da nova linha de crédito habitacional, Lula questionou a inclusão de indivíduos com renda de até R$ 5.000 nessa classificação, argumentando que despesas como aluguel e educação comprometem significativamente o orçamento familiar. Essa declaração reforça a estratégia do governo de ampliar o alcance de políticas públicas a um público que, embora não se enquadre na baixa renda, também não encontra respaldo nos programas sociais tradicionais.

Entre os programas lançados ou em fase de tramitação em 2025, incluem-se: o Crédito do Trabalhador, um programa de crédito consignado para trabalhadores do setor privado com juros reduzidos e gerenciamento via carteira digital do governo; a proposta de isenção total do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 mensais, já aprovada na Câmara e aguardando votação no Senado; a regulamentação de uma nova modalidade do Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de até R$ 12.000, com taxas de juros fixadas em 10% ao ano; o programa Agora Tem Especialistas, que visa reduzir as filas de espera no SUS por meio do credenciamento de clínicas privadas em troca de abatimento de dívidas fiscais; e um estudo para oferecer crédito subsidiado a entregadores de aplicativos para aquisição de motocicletas novas.

Fonte: www.conexaopolitica.com.br

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