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China inicia construção da maior hidrelétrica do mundo

Davy Albuquerque

A China deu início à construção daquela que ambiciona ser a maior hidrelétrica do mundo, um projeto de infraestrutura massivo, orçado em US$ 170 bilhões, que visa impulsionar a economia nacional e remodelar o panorama energético global.

Localizada no extremo leste do Planalto Tibetano, próxima às fronteiras com Butão e Nepal, a usina será composta por cinco instalações em cascata e terá uma capacidade de geração estimada em 300 bilhões de kWh por ano. Essa produção energética equivale ao consumo total do Reino Unido durante o ano de 2024.

Este empreendimento ultrapassa a capacidade da hidrelétrica de Três Gargantas, atualmente a maior do mundo e um marco da engenharia chinesa, em cerca de três vezes. O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, descreveu a nova hidrelétrica como “o projeto do século” durante a cerimônia de lançamento das obras, realizada no último sábado.

A hidrelétrica será construída no rio Yarlung Tsangpo, que se estende por 2.900 km desde sua nascente no Himalaia, atravessando um dos cânions mais profundos do planeta. Em certos trechos, o rio apresenta uma queda acentuada de altitude, chegando a 2.000 metros em apenas 50 km, um fator que oferece um potencial significativo para a geração de energia hidrelétrica.

Ao entrar na Índia e em Bangladesh, o rio Yarlung Tsangpo passa a ser conhecido como Brahmaputra, tornando-se uma fonte essencial de água para milhões de pessoas e fundamental para a agricultura nessas regiões.

O anúncio do projeto gerou preocupações em Nova Délhi e Daca. O governo indiano manifestou, em janeiro, que irá monitorar a situação e tomar medidas para proteger seus interesses, temendo que a China possa manipular o fluxo do rio em momentos de tensão política, causando inundações ou secas artificiais. Organizações não governamentais ambientalistas também expressaram preocupação com o possível impacto no ecossistema local.

O governo chinês assegurou que a barragem “não terá impactos negativos” para os países a jusante e prometeu manter um diálogo constante com as nações potencialmente afetadas.

Além das considerações geopolíticas e ambientais, o projeto é encarado como um catalisador para o crescimento econômico da China. Analistas do Citi estimam que o investimento poderá adicionar aproximadamente US$ 16,7 bilhões ao PIB chinês por ano durante o período de construção, estimado em 10 anos, com o potencial de gerar benefícios ainda maiores para setores ligados à infraestrutura e energia.

A hidrelétrica é parte integrante do 14º Plano Quinquenal da China e recebeu aprovação final em 2024, após anos de planejamento e negociações.

Fonte: www.conexaopolitica.com.br

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