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Rio de janeiro sedia a primeira cúpula quilombola do clima

© Natasha Arsenio/ Acervo KOINONIA

A cidade do Rio de Janeiro se torna palco, neste sábado, da primeira Cúpula das Vozes Quilombolas pelo Clima. O evento, aberto ao público, acontece em paralelo à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), sediada em Belém, e reunirá pelo menos 15 lideranças quilombolas.

Promovida pela Associação Estadual das Comunidades Quilombolas do Estado do Rio de Janeiro (Acquilerj) e pela organização não governamental Koinonia, a cúpula será realizada na Fundição Progresso, localizada na região central da cidade.

Ana Gualberto, diretora executiva de Koinonia, destaca a importância da visibilidade das comunidades negras tradicionais nessas discussões. Segundo ela, é crucial reconhecer o papel fundamental de todas as comunidades tradicionais na manutenção da diversidade no Brasil e no mundo.

De acordo com o Censo 2022, o Brasil abriga 1,33 milhão de quilombolas, distribuídos em 1,7 mil municípios. No Rio de Janeiro, embora apenas três territórios possuam titulação oficial, a Acquilerj estima que existam 54, abrigando cerca de 20 mil pessoas.

A questão territorial emerge como a principal demanda a ser debatida, conforme ressalta Ana Gualberto. Ela argumenta que a garantia e a vivência plena de direitos dependem da titulação dos territórios. “Sem a titulação, questões urgentes como saneamento básico, acesso à água de qualidade, direitos à saúde, educação e garantia da cultura ficam comprometidas”, completa.

Além das lideranças quilombolas, representantes da Defensoria Pública da União também marcarão presença na cúpula. O evento tem início às 9h, com entrada gratuita mediante retirada de ingresso online.

Bia Nunes, presidente da Acquilerj, explica que a cúpula nasceu da necessidade de dar voz aos territórios quilombolas em discussões sobre preservação ambiental. Ela considera a realização da COP30 no Brasil uma oportunidade valiosa para ampliar a visibilidade do tema.

“Percebendo que a COP30 poderia esvaziar a participação da população quilombola, nos organizamos para criar este espaço de escuta das nossas vozes”, afirma Bia Nunes.

A organização espera que a mensagem da primeira Cúpula Quilombola do Clima alcance as autoridades em Belém e a sociedade civil, unindo esforços no combate às mudanças climáticas.

“É fundamental que a sociedade brasileira reconheça a população quilombola, presente em seus territórios, atuando na preservação ambiental, mas também sofrendo os impactos causados pela especulação imobiliária, invasão de empresas e falta de políticas públicas”, conclui Nogueira.

Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

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