O Cine Odeon, no coração do Rio de Janeiro, foi o cenário de uma noite memorável que marcou o encerramento da 27ª edição do Festival do Rio. A cerimônia, conduzida pelos atores Clayton Nascimento e Luisa Arraes, reviveu a tradição dos prêmios do voto popular, em uma celebração da diversidade e da vitalidade do cinema brasileiro.
O evento, que se estendeu por dez dias, transformou a cidade em um ponto de encontro para artistas, produtores e amantes da sétima arte. Com uma programação de mais de 300 filmes, o festival atraiu cerca de 140 mil espectadores, que lotaram as salas de cinema e prestigiaram os filmes que desfilaram pelo tapete vermelho. O público recorde consolida o festival como um dos principais eventos audiovisuais da América Latina.
Este ano, o protagonismo ficou com as produções nacionais, com 120 filmes brasileiros exibidos em diversas mostras competitivas, estreias e retrospectivas. Entre os destaques, o Troféu Redentor de Melhor Longa de Ficção foi concedido a Pequenas Criaturas, da diretora brasiliense Anne Pinheiro Guimarães, que expressou sua emoção e destacou o significado do prêmio para toda a equipe. O filme, que teve sua estreia mundial no festival, tem lançamento previsto para o primeiro semestre de 2026.
O prêmio de Melhor Documentário foi para Apolo, dirigido por Tainá Müller e Ísis Broken. Tainá Müller, em sua estreia como diretora, celebrou o reconhecimento e a importância do filme em dar voz a quem é marginalizado.
Entre os outros premiados da noite, Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher, conquistou os prêmios de Melhor Filme Brasileiro no Prêmio Félix e Melhor Roteiro na Première Brasil. Klara Castanho foi reconhecida como Melhor Atriz por SalveRosa, enquanto Gabriel Faryas recebeu o prêmio de Melhor Ator por Ato Noturno.
O Prêmio Especial do Júri e o Voto Popular foram concedidos ao documentário Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins. Leandra Leal e Ângela Leal foram homenageadas com o Prêmio Especial do Júri por Nada a Fazer. Ana Flavia Cavalcanti conquistou o prêmio de Melhor Atriz na mostra Novos Rumos por Criadas.
Diva Menner, premiada como Melhor Atriz Coadjuvante por Ruas da Glória, dedicou seu prêmio às ancestrais que não tiveram as mesmas oportunidades. A presença feminina foi marcante em diversas categorias, com diretoras como Anne Pinheiro Guimarães, Suzanna Lira, Mini Kerti e Cíntia Domit Bittar reafirmando a potência das narrativas conduzidas por mulheres.
O festival também abriu espaço para produções internacionais, com novas categorias de voto popular. O Prêmio Félix Internacional foi para A Sapatona Galáctica (Lesbian Space Princess), das australianas Leela Varghese e Emma Hough-Hobbs, enquanto o brasileiro Allan Ribeiro levou o prêmio de Melhor Documentário por Copacabana, 4 de Maio.
Com sessões esgotadas e debates no RioMarket, o Festival do Rio reafirmou seu papel como espaço de resistência e celebração da arte, coroando o cinema nacional e sua diversidade.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
